Eis que ele olhou aos céus e avistou um arco-íris.
Disposto a descobrir seu final, aventurou-se em meio à
tempestade. Protegeu os olhos com uma das mãos e começou a vencer a chuva
cinzenta, andando sob o sol negro de nuvens carregadas. Lacrimejando a cada
clarão dos relâmpagos. Assustado com os trovões.
Mas, determinado a descobrir o segredo do final o arco-íris,
avançou.
E concentrou-se em seu tom lilás, suave e delicado como o
primeiro dia de primavera. Assim como no roxo que anunciava a promessa de finais
de tarde coloridos que formariam quase um mundo próprio.
De olhos quase fechados, imaginou um céu azul feito pedra
preciosa, que brilhava anunciando a imensidão de estrelas que surgiriam em
noites prometidas para breve. E, molhado, imaginou-se boiando num mar verde e
límpido, num banho que o fez se lembrar da primeira vez que molhou os pés nas
ondas.
Sob um céu de azul imaginário e mergulhado em um mar
inventado, brincou feito menino sob a luz amarela de um Sol que brilhava
somente para ele, feito amigo de infância. E sentiu o gosto laranja das manhãs
de sábado que nasciam com a promessa de um dia que duraria para sempre.
Mas seu coração disparou mesmo ao se entregar ao vermelho da
paixão, forte e pacífico, intenso e plácido, contraditório dentro de sua
própria grandeza.
Pois havia chegado ao final do arco-íris.
E, lá havia descoberto o seu pote de ouro. Ouro dourado.
Foi quando entendeu que não estava no final do arco-íris.
Estava no começo.
E todas as cores do mundo se anunciavam para ele.
1 leitores:
Muito bonito o seu pote de ouro!
E, aos pouquinhos, botando a cara a tapa, cada vez mais claramente.
Só falta agora botar uma foto sua da época de cabeludo...
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