3 de agosto de 2011
(Raio) X
Sem respirar dentro de si mesmo, não se reconhecia mais na dança de demônios criados para lembrar-lhe, sentindo a alma queimar numa chama baixa para não matar, alta para doer constantemente, amordaçado e, sem saber mais começo e final, cobrava-se constantemente por desaparecer dos sonhos daqueles que dormiam, amarrado e afundando num poço de piche negro e borbulhante misturado com excrementos de promessas caídas, por ser todos os dias julgado e condenado num tribunal formado por pessoas com rostos iguais aos seus, condenado a viver trancado dentro de si mesmo numa pena perpétua, após render-se à inexistência de redenção, gemendo para que a luz apagasse e que não fosse lembrado, pois as memórias dele invariavelmente conteriam as lembranças do que ele sonhara ser um dia, sem saber que o dia sempre lhe seria negado.
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Muito boa
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