16 de setembro de 2011

Crise

E de repente o mundo se torna um caleidoscópio de cores e sons que começam a dançar na mente feito um carrossel. Mas um carrossel em dia de chuva, com gotas de suor escorrendo pelo rosto, que escorrem passando pelo coração disparado, pela dor no peito ao respirar, atravessando as pernas moles antes de chegar ao chão que gira. E tudo se torna uma coisa metade disforme e metade difícil de explicar em palavras, uma espécie de rodamoinho que gira empurrando para baixo, gira puxando para baixo. E são sons de buzinas, sons de carros, sons de pessoas, sons de fumaça, sons de escapamentos explodindo, sinfonia pintada feito um pesadelo impossível de acordar.

E de repente você entra em casa, larga a mão que te conduziu em meio ao turbilhão do mundo e, sem conseguir falar ou respirar direito, deita-se na cama e fecha os olhos em busca de paz. E, aos poucos, a mente começa a se escurecer e todas as cores e barulhos começam a escorrer como água de chuva que corre pelo vidro do carro, lentamente deixando tudo um pouco mais nítido, lentamente deixando o cérebro um pouco mais consciente do mundo ao redor. E, após alguns minutos deitado olhando a parede branca e sem informação ou recordação, os olhos se fecham mergulhando no delicioso mundo da inconsciência, prova viva de que, às vezes, a escuridão negra é a cor da paz.

1 leitores:

Lucas Azevin disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
 

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