6 de julho de 2009

Minhas Mulheres de A a Z - Parte IV

Joana, a Virtual
Conheci, obviamente, na internet. Mas não me lembro onde – talvez num fórum de discussão sobre cinema. Aos poucos, começamos a nos corresponder. E, também aos poucos, a troca de e-mails foi aumentando, e o conteúdo deles ficando cada vez mais pessoal. Quando eu percebi, estava totalmente apaixonado. E ela também – ou, ao menos, era o que ela me jurava por e-mails. Passei a convidá-la para sair, mas ela nunca aceitava. Pelo contrário, ela sempre me dava em troca mais um meio de acesso: Messenger, Skype, Orkut, Facebook. Eu fui em frente, certo de que, aos poucos, ela iria se encurralar num beco sem saída e seria obrigada a sair comigo quando as redes sociais ou os programas de comunicação se esgotassem. E os e-mails, claro, cada vez mais apaixonados. Um dia, ela finalmente ficou sem redes sociais e foi obrigada a se encontrar comigo. Marcamos num bar. Cheguei meia hora mais cedo e ela nunca apareceu. À noite, quando voltei para casa, todos os seus perfis tinham sido apagados, e ela nunca mais respondeu e-mails ou ficou online no Messenger. Sumiu.

Karen, a Ciumenta
Nos conhecemos na faculdade. Ou melhor, no bar da faculdade. Ela tinha a mesma idade que eu, mas fazíamos outro curso, então nunca havíamos nos visto antes disso. Começamos a namorar. As duas primeiras semanas foram inesquecíveis. Tudo mudou o dia em que ela decidiu assistir uma aula na minha sala. Em poucos minutos, ela já havia olhado feio para todas as outras garotas da sala e perguntado para mim quem era aquela ruivinha da segunda fila. Achei que ela estava apenas de mau humor, mas a coisa foi ficando pior a cada dia. Ela começou a freqüentar mais a minha sala que a dela, e dava esbarrões nas minhas colegas – às quais se referia como “aquelas vagabundas” – nos corredores. Conversamos um dia e combinamos que ela não iria mais para minha sala. Dois dias depois, durante uma aula, olho para a porta e a vejo encostada num canto do corredor, com um pedaço do rosto à mostra, me vigiando. Brigamos feio e combinamos que ela não chegaria mais perto da minha sala. Mas o ciúme dela havia se transformado em uma bola de neve. De acordo com ela, todas as mulheres do planeta – desde a garçonete de um bar até minha prima queriam me levar para a cama, e eu, claro, não fazia nada para impedir. Aguentei o quanto pude. Mas terminei com ela logo depois do jantar de aniversário da minha prima, quando minha tia me cumprimentou com um abraço e a Karen quase voou no pescoço dela.

Lúcia, a Tapada
Conheci a Lúcia num parque. Linda. Olhos verdes, sorriso grande. E era uma excelente pessoa. Mas não era exatamente brilhante. Eu deveria ter desconfiado disso quando ela se trocou meu nome cinco minutos depois de termos começado a conversar, mas achei que fosse nervosismo ou distração. Não, era burra mesmo. Chegava a doer. Desconfio que ela começou a considerar a hipótese de que eu queria algo com ela quando já estávamos namorado há uns dois meses. No cinema, eu tinha que ficar explicando o filme para ela, mas da forma mais básica do mundo (com frases como “não, esse cara de máscara e capa preta não é o Han Solo”) e eu não tinha como conversar com ela sobre livros, por exemplo. Mas nada era pior que o jantar com meus amigos, quando ela não entendia a piada – ou, pior ainda, gargalhava antes da piada terminar – para constrangimento de todos, especialmente o meu. A gota d’água foi quando a apresentei à minha família e ela comentou, horas depois, que achava bonitinho e eu meu irmão termos o mesmo sobrenome. “Vocês devem ser muito amigos”, foi o que ela comentou. Não agüentei e terminei com ela no mesmo dia. Expliquei que a amava, mas não estava dando certo. Ela compreendeu e nos despedimos. Dois dias depois, ela me liga perguntando o motivo de eu estar sumido e se tinha acontecido algo de errado. Mas o pior foi que, nesta ligação, ela novamente trocou meu nome.

6 leitores:

Otavio Cohen disse...

já pensei várias vezes em fazer um de A a Z bem nesse estilo, mas me faltou paciência. enquanto isso, me divirto com o seu mesmo. Ah, e o review hem?? anda abandonado...

Unknown disse...

Tive pena de Lúcia.

Marina disse...

Pessoas tapadas se entregam na primeira conversa. Você devia ter fugido correndo.

P! disse...

HAHAHAHAHA
A Karenn foi a melhor. Ri alto com esse post!

Sil disse...

Sinto que estou traindo o Champ comentando aqui...tá, não conta para ele : a-do-ro o Chronicles ^_^
Beijo

Gilmar Gomes disse...

huhuhueheuheuheuheuheuheuee... acho que eu e meu irmão também somos muito unidos...

 

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