Hoje você ainda é criança. Mas um dia irá crescer.
Neste dia, seus passo se tornarão maiores que a perna e
serão apressados sempre. Sempre, como sempre andarão para frente, sem parar,
mesmo que em alguns momento não saiba direito para qual direção seguir. Pois você nunca vai parar.
Seus muro crescerão e se tornarão prédios. Suas rua se esticarão
e serão de todos os tipo: augustas, paulistas, marginais, angélicas. E você
caminhará também por baixo da terra ou sobre trilhos que cruzarão seu corpo
feito artérias bombeando suor e sonhos.
Sua terra laranja se tornará asfalto, suas nuvens de algodão
se tornarão concreto. Sua paisagem se tornará cinza. Não apenas cinza, mas cinza-branco,
cinza-negro, cinza-amarelo, cinza-índio, cinza-de-todos-os-povos.
O canto dos pássaro dará lugar às buzinas e motores e
conversas e passos apressado e histórias para contar. Seu sotaque vai se
estender por quilômetros, levado por milhões de pessoas que odeiam ser
apaixonado por você.
Sim, você vai crescer e encontrar problemas. Alguns serão até
mesmo maiores que você, mas logo você crescerá ainda mais, atropelando os
problema, deixando os problema para trás e crescendo, para descobrir novos
problema que te incentivem a crescer mais.
Hoje você ainda é criança e não sabe disso, mas você vai
crescer. Vai deixar de ser uma cidade e se tornar um universo dentro de si
próprio, quase uma força da natureza. E vai crescer muito, mas sem nunca esquecer
sua história ou quem você foi.
E este será seu grande orgulho. E este será o grande orgulho
de milhões de pessoa, que, como eu, sentirão uma pitada de orgulho ao comerem “os
esse” dos plural, como eu fiz em alguns trechos deste texto, e, por conta
disso, escutarem as pessoas perguntando:
- Você é de São Paulo?
(Homenagem à cidade que nasci
por conta do seu aniversário.
A tela é de Almeida Júnior, e
retrata a Rua da Consolação no século 19)
2 leitores:
Não sou de São Paulo, mas quem confere pertença ao coração?
Eu sou apaixonada por essa cidade maluca, portanto realmente mereceu o texto!
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