Sua alma mal havia terminado de explodir gritando cores
quando ele caiu com a cabeça encharcada de suor no travesseiro. Ofegante e ainda
lutando para voltar a si, a ideia de descobrir o esconderijo do sorriso mais
bonito do mundo surgiu em sua mente.
E viu-se desbravando uma floresta de verde espesso e
infinito, correndo entre plantas das mais diversas formas e tamanhos, em busca de
algo. Parou de ouvir o farfalhar do mato ao descobrir-se que caminhava com
dificuldade, neve até os joelhos, no cume da montanha mais alta do planeta.
Parou de tremer de frio ao perceber-se mergulhando na espuma de uma onda,
nadando em direção ao fundo de todos os oceanos, esperançoso de avistar um
semblante do sorriso. E seus pulmões pararam de arder ao avistar-se cambaleando
num deserto alaranjado, Sol a pino, queimando sua pele.
Enxugou a testa e abriu os olhos, percebendo que estivera
sempre no seu quarto. Ainda era o meio da tarde e ela estava deitada ao seu
lado. Nua como ele. E, no momento que ela sorriu, fazendo seus olhos se
apertarem e sorrirem junto com os lábios, ele sorriu de volta. Sorriu sem ar, sorriu
confuso, sorriu com certeza.
Havia descoberto o sorriso mais bonito do mundo. E entendeu
finalmente que o sorriso mais bonito do mundo sempre estivera com ele.
O sorriso mais bonito do mundo era o sorriso que
ele sorria para ela.
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